Sinfonia de Vozes
Pe. Tarcisio Arsenio Rech
Assessor da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada
O Ano Vocacional está provocando em todo Brasil uma retomada da consciência vocacional. Toda Igreja está se sentido cada vez mais a grande chamada, ela é a Assembléia dos chamados, convocados à santidade. É o batismo como fonte de todas as vocações que nos traz esta certeza e este desafio.
Vivemos numa sociedade e, muitas vezes, numa Igreja de anônimos, onde ninguém se chama ninguém pelo nome. Como será possível falar em vocação neste contexto? E mais, o serviço de animação vocacional não poderá visto como uma especialidade, mas como parte integrante, fundamental e transversal na vida da Igreja. Somente com este salto de qualidade poderemos ser uma Igreja geradora de vocações, sobretudo de muitos leigos(as) com consciência vocacional, pois eles fazem tanta ou mais falta a Evangelização do que muitos padres.
Não basta a comunidade rezar e esperar pelas vocações, elas precisam ser provocadas dentro da comunidade, portanto, uma nova prática de convocar, de chamar, desafiando as pessoas, quer dizer, em vez do anonimato que muitas vezes se vive a prática religiosa massificada, urge tornar a Igreja um imensa sinfonia de nomes.
O serviço de Animação vocacional deverá ter a sua marca personalista, o chamado deve ecoar nos ouvidos e no coração para que o sujeito saia da indiferença. Mais do que acusar os jovens de que eles não se comprometem, importa verificar se alguém já os chamou, os confrontou, os provocou, os desafiou. Sem sombra de dúvida, neste particular precisamos crescer ainda mais, mas o ano vocacional nos ajudou abrir os caminhos para sermos esta Igreja vocacionada.
De 17 a 20 de outubro estiveram reunidos, em São Paulo, os coordenadores regionais com mais algumas pessoas para iniciar a avaliação deste ano vocacional. Parece ser unânime de que não basta um ano vocacional, é preciso continuar. A sugestão muito concreta é de que no dia 23 de novembro, festa de Cristo Rei, data inicialmente marcada para o término do ano vocacional, não haja oficialmente o encerramento do ano vocacional, mas uma celebração de ação de graças pelos frutos alcançados e uma re-animação dos agentes e equipes de animação vocacional para continuarem o belo trabalho iniciado pelo ano vocacional.
Sob este espírito o grupo do SAV (Serviço de Animação Vocacional) sugere que o 2º Congresso Vocacional, a realizar-se de 02 a 06 de setembro de 2005, dê continuidade a esta dinâmica. Vejamos as propostas para este 2º Congresso Vocacional:
a) Objetivo Geral: Celebrar a caminhada vocacional da Igreja do Brasil, no contexto dos 40 anos da conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II.
b) Objetivos específicos:
Reafirmar a consciência de que a Igreja é povo de Deus, assembléia dos chamados (PDV 34), convocada pela Trindade (LG 4)
Evidenciar a vocação universal à santidade dentro da diversidade de vocações, carismas e ministérios.(LG 5)
Fortalecer a convicção de que toda vocação é para a missão e o serviço em favor da humanidade, particularmente aos pobres e aos excluídos (GS)
c)Tema: Igreja, povo de Deus à serviço da vida.
d)Lema: “Ide também vós para a minha vinha” (Mt 20,4)
A Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada haverá de dar os devidos encaminhamentos para que o 2º Congresso Vocacional tenha pleno êxito e reforce a Igreja como uma grande sinfonia de vozes, chamando e sendo desafiada à fidelidade ao Evangelho.
Disponibilizadao pela CNBB em 17/11/2003