EM TEMPO DE QUARESMA

Neste tempo de Quaresma, vislumbramos no fim deste túnel de quarenta dias, o clarão da ressurreição do Senhor.

Quaresma é tempo de exercício intenso das práticas cristãs, da escuta da Palavra de Deus e da oração. Com o objetivo de viver no grau mais elevado possível o espírito da ressurreição, nós nos preparamos neste tempo especial, que a liturgia nos concede. Mas, sem dúvida, a grandiosidade maior só é completada pela participação na própria celebração da Páscoa do Senhor.

O mais importante da quaresma é a reflexão sobre a Paixão de Cristo, que tem seu ápice na Páscoa, festa central do cristianismo. No período de 40 dias nos preparamos para a Páscoa. Revivemos a experiência do povo de Israel que amadureceu sua fé na travessia do deserto e a experiência de Jesus que assume sua missão, após longos dias de oração e jejum.Isto faz com que as nossas penitências estejam acompanhadas de um sentimento de esperança e até de alegria.

O Cristão que jejua deve lavar o rosto, pentear os cabelos e se perfumar.
Há algumas décadas atrás era costume associar à penitência um sentimento de luto. Nas famílias, proibiam-se cantos, rádio, riso excessivo. Exaltava-se a face trágica do limite humano.

Na Semana Santa, além disso, procurava-se falar pouco. Da mesma forma, foram abolidos os rigores do jejum e da abstinência. Novos tempos.

A quaresma é, sem dúvida um tempo privilegiado, mas para que justifique em nós, devemos vivenciar o espírito do DESERTO, a ORAÇÃO, a PENITÊNCIA e o JEJUM.
Os tempos atuais transformaram essa mentalidade. Porém, resta-nos refletir mais seriamente sobre o jejum e a penitência, ainda que pareça, em larga escala, que os católicos não têm encontrado mais sentido nestas práticas que mortificam o corpo e tornam leve o espírito. Pois o Espírito vem inspirando continuamente um retorno a essas práticas com uma sempre renovada compreensão.
Com certeza esta é uma oportunidade de crescer e nos santificar.

A conversão é relevante tema quaresmal.

A Igreja volta a fazer ressoar forte, o grande convite para revivermos com mais autenticidade a nossa aliança com Deus, mudando certas atitudes e praticando a solidariedade e a fraternidade.

Para celebrar a quaresma de modo consciente, vamos conhecer um pouco sobre os símbolos da quaresma.

AS CINZAS: Representam a consciência do nada da criatura diante do Criador, como já bem falou Abraão: “Sou bem atrevido em falar do meu Senhor, eu que sou pó e cinza” (Gn.18,27). Isto nos leva a assumir uma atitude de maior humildade e arrependimento por certas atitudes orgulhosas.

O DESERTO: É um lugar árido e com pouca vegetação. Portanto, lugar de jejum. Para receber a Lei, Moises passou quarenta dias sem comer e sem beber na Montanha do Sinai (Ex 24,12-18:34) Também Elias viveu a dureza do deserto, onde, pela comida e bebida misteriosa, volta ao seu caminho (Rs 19,3-8).

Na Bíblia, a permanência no desertoé um tempo de oração intensa, como também de sofrimento e reflexão .

Cristo ficou 40 dias no deserto se preparando para o ministério público. Muitas vezes resistimos a esses espaços de silêncio e solidão, porque temos medo de nos encontrar mais profundamente conosco mesmo, e com Deus. O “DESERTO” requer a coragem dos humildes, dos que não têm medo de voltar a recomeçar.

“Somos convidados a percorrer o caminho da cruz para com Jesus, passarmos à vida nova.”

 

OS QUARENTA DIAS: Os quarenta dias de Moisés e Elias ou os quarenta anos do Povo eleito peregrinado e sofrendo no deserto são algumas referências. Assim, também foi com Jesus Cristo. Da simbologia do numero 40, veio o nome quaresma.

O JEJUM: O profeta Joel nos indica o verdadeiro sentido desta antiga pratica penitencial: “Voltai para mim de todo coração, fazendo jejuns, chorando e batendo no peito! Rasgai vossos corações, não as roupas! Voltai para o Senhor vosso Deus…” (Is 58, 6-7)

Isaias é ainda mais exigente: “Acaso o jejum que eu prefiro não será isto: acabar com a opressão qual canga que se solta; deixar livres os oprimidos, acabar com toda espécie de imposição? Não será repartir a tua comida com quem tem fome? Hospedar na tua casa os pobres sem destino? Vestir roupa naquele que encontras nu e jamais tentar te esconder do pobre teu irmão?” (Is 58,6-7)

Reflexão:

Será que a partir daqui, podemos fazer uma avaliação?

Num minuto de silêncio,perguntemo-nos seriamente:

– Quais são os sinais de conversão que estão se operando em nós?

– Qual o compromisso de conversão que vamos assumir nesta quaresma?

– O que nos dificulta assumir esses compromissos?

– Deserto Jejum… que ressonância isso tem em nossa sociedade pós-moderna?

– É possível viver o deserto numa sociedade tão perturbada?

ORAÇÃO: Concedei-nos ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amem!

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