Como podem os Católicos afirmar que seres humanos podem ser infalíveis?
É estranho ouvir tal argumento partindo de indivíduos que acreditam que todo ser humano letrado ou não letrado é infalível pelo princípio do julgamento particular [principalmente para interpretar a Bíblia], isto é, que o julgamento de um homem é tão bom como de qualquer outro, e que o julgamento de todo mundo é correto.
A infalibilidade significa que Deus garante que, em matéria de fé e moral, o Papa não pode cometer erros.
A infalibilidade NÃO significa que o Papa não possa pecar, nem que ele não possa cometer erros em outras matérias como história, política, ciências etc., mas somente quando ele declara uma certa verdade a respeito da revelação é que ele será infalível.
Existem quatro condições necessárias para a infalibilidade do Papa:
- Ele precisa falar como chefe, pastor e professor da Igreja. As palavras que ele usa precisam deixar claro a todos que ele está falando como cabeça da Igreja em matéria de fé e moral.
- Ele precisa estar falando à Igreja Universal, isto é, aos Cristãos de todos os lugares do mundo.
- Ele precisa falar ”ex catedra,” ou seja, oficialmente com suprema e apostólica autoridade.
- Precisa ser em matéria de fé e moral, e não em qualquer outra matéria. A prova disto encontra-se na primeira Epístola de São Paulo a Timóteo, onde ele fala da Igreja de Cristo como ”o pilar e coluna mestra da verdade” (1Tm 3,15). Também no evangelho de São João: ”Eu pedirei ao Pai e ele dará a vocês um outro advogado para ajudar a vocês para sempre”.
Da mesma forma, nós sabemos pelas Escrituras que Cristo prometeu que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja; Ele também prometeu estar com a Igreja até o final dos tempos. Se estas promessas significam alguma coisa, elas significam que Cristo protegerá a Igreja em seus ENSINAMENTOS da verdade porque Ele estabeleceu esta Igreja principalmente como uma Igreja de ensinamentos.
Isto não limita a discussão ou debate entre seus membros, porque a Igreja usa a proteção do Espírito Santo apenas em casos extremos quando for necessário determinar a verdade de uma questão; e isso sempre em verdades fundamentais.