A Igreja e a sexualidade

A Congregação para a Educação Católica da Santa Sé, que é uma espécie de “Ministério da Educação” do Vaticano, emitiu uma “Instrução sobre os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao seminário e às ordens sacras”, com data de 4 de novembro de 2005. A Instrução causa bastante polêmica, mais pela atualidade do assunto do que pelas novidades contidas. Nova mesmo é a distinção entre tendências homossexuais comuns e as “tendências profundamente radicadas” na pessoa, que prefiro chamar de “invencíveis”.

Como se sabe, a Igreja Católica tem duas práticas acerca da vida sexual de seus ministros: No Oriente, há padres casados e celibatários. No Ocidente, como no Brasil, a Igreja Católica só ordena homens com o carisma do celibato. Como o instinto sexual é muito forte e as pessoas não são de pedra, em qualquer estado de vida e em qualquer grupo humano existem desafios, falhas e fracassos.

Se um ministro ordenado já não suporta o estado de vida pelo qual optou, a Igreja o despensa de seus compromissos. O Apóstolo Paulo escreveu: “Se não podem conter-se, casem-se: é melhor casar do que abrasar-se” (1 Cor 7, 9).
Se alguém pratica atos sexuais com mulheres ou com homens, e não há certeza moral de superação, não deve ser admitido às ordens sacras.
A Instrução introduz entre os critérios de admissão as “tendências homossexuais profundamente radicadas”, isto é, dificilmente superáveis. Sempre foi um desafio discernir a evolução de uma pessoa. Como a maioria dos formadores não tem conhecimentos específicos de psicologia e de psiquiatria, parece necessário o auxílio de profissionais nesta área. Sob o propósito de “formar”, pode-se destruir uma pessoa. É triste ver um homem frustrado, como que emasculado, sem amor e sem paixão, deixando a vida passar. Deus não quer escravos e a Igreja é proibida de tê-los.
É claro, quem é contra o celibato, não pode ser admitido à vida celibatária. Coerentemente, quem apóia a “cultura gay” ou homossexual, não pode ser admitido às ordens sacras, que supõem o celibato. Mas não pode haver perseguição às pessoas homossexuais.
Como nos Estados Unidos da América do Norte houve grande campanha de difamação contra a Igreja Católica por causa de padres acusados de pedofilia, o Papa Bento XVI talvez queira prevenir algo semelhante em outros países. No Brasil há sinais de uma campanha parecida.
A Igreja Católica do Brasil está num bom momento vocacional. Há um número crescente de candidatos ao sacerdócio.
Com a oração, o apoio moral e financeiro do povo, com boa formação humana e espiritual, intelectual e pastoral nos seminários, com a maturidade afetiva e o amor oblativo a Cristo e ao Reino, podemos “garantir à Igreja sacerdotes idôneos, verdadeiros pastores segundo o coração de Cristo”.

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