Será que os Anjos também choram?

A Joana e o Manuel estavam noivos e nos seus projectos incluíam, como é normal, ou devia ser, o  nascimento  de  filhos  em  número  que  uma paternidade / maternidade responsável aconselhasse.

A Sónia e o Tiago, amigos deles também namoravam e se bem que tencionassem casar, diziam a quem os queria ouvir: “Filhos? Nos primeiros anos de casamento nem pensar; queremos liberdade de movimentos para passear; mais tarde se verá”.
 
Casaram com pouca diferença de tempo, sendo os primeiros a fazê-lo a Joana e o Manuel. Pouco tempo depois a Joana sentiu que uma nova vida estava a aparecer no seu ventre. Se fosse rapaz chamar-se-ia José; se fosse rapariga, chamar-se-ia  Filipa. Passadas semanas casaram a Sónia e o Tiago, mas… ironia do destino: por erro de cálculo ou por falibilidade dos métodos empregados, também a Sónia engravidou. Muito contrariados aceitaram o facto e os nomes seriam conforme o sexo: Rui ou Mariana.
 
De facto eram (nem eles, nem ninguém,  na altura podia saber) ambos rapazes.
 
No momento da concepção Deus destina a cada novo ser um Anjo da Guarda que o acompanha até ao fim da vida. Assim aconteceu com o  José e o Rui. E a partir de agora as coisas passam-se entre os dois Anjos da Guarda.
 
O do José contava ao do Rui: o coração do «meu» José já bate, pois já tem mais de 18 dias; depois voltou a falar: o «meu» José já tem 6 semanas e por isso  o  seu cérebro já tem actividade que pode ser detectada por um electro-encefalograma; mais tarde pôde anunciar ao Anjo do Rui que o «seu» José já podia tirar Bilhete de Identidade pois já tinha impressões digitais – estava com 8 semanas.
 
Um dia foi o Anjo do Rui que falou: “Estou muito preocupado; a Sónia e o Tiago não se conformam com uma gravidez «não programada» e que lhes vem estragar os seus planos de vida despreocupada; estão a pensar em recorrer ao aborto. Afinal, dizem eles, vamos fazer uma coisa que até é legal, pois que a lei só proíbe para além das 12 semanas e «essa coisa», ainda só tem 6 semanas”.  De facto a Sónia e o Tiago não distinguiam o «legal» do «lícito» e mais, nem consideravam o embrião como seu filho!
 
E o facto consumou-se: a Sónia, com possibilidades económicas, recorreu a uma clínica especializada, das muitas que clandestinamente prosperam matando inocentes e o Anjo do Rui chorou…
 
Claro que tudo isto não passa de uma alegoria, uma vez que os Anjos sendo espíritos puros, sem nada de matéria, nem falam, nem podem chorar.
 
Mas se por suposto, e sem ir contra a Fé, isto fosse verdade, quem nos diz a nós que a muita chuva que tem caído por todo o mundo e tantos desastres tem provocado, bem como a morte de tantas pessoas, não é formada pelas lágrimas dos milhões de Anjos da Guarda dos muitos milhões de embriões assassinados  pelos próprios pais?

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