O declínio da familia tradicional

A família a que podemos chamar tradicional foi durante muito tempo constituída por pai, mãe e filhos. Antes da industrialização e do surto de urbanismo a família tradicional vivia no campo e agrupava, não raramente três gerações. Com a vinda para a cidade onde as habitações, quando as há, são exíguas, a família viu-se reduzida ao seu núcleo fundamental, com redução drástica dos número de filhos.

Posto isto podemos afirmar que a família tradicional está em crise. Pior, porém, que a crise, são as situações de modelos alternativos que nos querem apresentar como substitutos da verdadeira família ? famílias monoparentais, mulheres com filhos gerados ?in vitro?, pares de homossexuais que adoptam crianças, famílias em que cada um dos membros é o que resta de outras famílias , quer dizer, em que ambos os membros são divorciados.
 
Os que assim vivem querem reconhecimento jurídico para a sua situação e ajudas governamentais como se tratasse de famílias tradicionais, não vendo que a sua situação não é mais do que a corrupção da verdadeira família. Foi a partir da admissão e vulgarização do divórcio que os novos modelos matrimoniais começaram a despontar todos eles afastando-se mais e mais da indissolubilidade. Todos estes modelos não são uma alternativa à família tradicional, mas uma deturpação.
 
Actualmente a alternativa mais vulgarizada é a das famílias monoparentais. Houve sempre, porque houve sempre mães solteiras, separações ou abandonos, mas nunca como actualmente devido ao crescimento em flecha dos divórcios. A sociedade e os poderes públicos sempre tiveram cuidados especiais com as viúvas, ajudando-as com benefícios fiscais, apoios à educação dos filhos, etc.; estender esses benefícios às mães solteiras ou divorciadas é favorecer situações que, moralmente, socialmente e até economicamente são um ataque à família tradicional. É certo que as crianças vítimas dessas situações não têm culpa, e devem pois ser ajudadas, mas se não houvesse tantas facilidades para os casais desavindos, talvez estes pensassem um pouco mais antes de dar um mau passo. São tantas as facilidades para o divórcio que qualquer dia não me espantava que bastasse ir ao supermercado e entregar na caixa um papel preenchido para receber um «talão» com o divórcio consumado.
 
É certo que a família tradicional está, actualmente, exposta a inúmeros perigos: o trabalho da mulher fora de casa, criando-lhe independência económica e contacto assíduo com companheiros de trabalho, favorece o divórcio ? não preciso de ti para nada ou o meu colega não é como tu ? são frases comuns que não indiciam nada de bom; o trabalho do pai e da mãe fora de casa leva à diminuição da natalidade e à pouca atenção ao filho (dois no máximo!). A vida em comum exige regras mínimas de convivência e certas limitações que o individualismo egoísta reinante não quer aceitar e assim com frivolidade e irresponsabilidade se desfaz um lar.

 
Há bem poucos anos eram os países do Norte da Europa os de menores índices de natalidade só que a situação está a inverter-se ? a Suécia tem actualmente índices elevados de natalidade, porque começou a ver os efeitos nefastos do caminho que estava a trilhar em matéria de política familiar. Em 1914 os países do Norte do Mundo representavam 50 % da população mundial; em 1988 estavam em 25 % e prevê-se que até 2010 baixem para 5 %!
 
Um habitante de um país do Sul do Globo, pertencendo a um país subdesenvolvido, sendo ele, de fraca condição económica, ao tomar conhecimento do reduzido número de filhos das famílias dos países desenvolvidos, teve este ingénuo desabafo: ?coitados; devem ser muito pobres!?
 
Os poderes públicos têm de inverter a sua política familiar e deixar de gastar tanto do «nosso» dinheiro em propagandear a diminuição da natalidade. Respeitando a paternidade/maternidade responsável dos casais em assunto tão íntimo, devem estimular a natalidade, dentro do matrimónio e só aí, para que a sociedade se vá tornando mais equilibrada.

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