” O TEMPO É CURTO E JÁ NÃO HÁ MAIS TEMPO A PERDER ”

    
 Dedicado à Nossa Senhora
Na agitação das grandes cidades, sob o ritmo frenético imposto às pessoas pela perversa "Senhora Competição", pouco tempo sobra ao homem para o próprio Homem. A competição que nasceu como um conceito saudável, motivacional, que levaria o ser humano a buscar honestamente entre seus pares um lugar ao sol, transformou-se num curto espaço de tempo na mais feroz "Dama escravizadora", que se alimenta da derrota do outro, do conseguir a qualquer preço, da falta de ética e de caridade, enfim, do pior do ser humano. 

A quem serve essa "Senhora"? O que é feito do nosso tempo? Que tempos são esses que vivemos, onde o terrorismo, a carnificina, o Armagedon se instalaram no lugar onde deveria estar o Amor? Para onde foi o Amor expulso do coração e da mente dos homens, em que beco escuro da alma humana se escondeu?Tortura, sadismo, morte, corrupção, degenerações de todos os tipos saíram das páginas finais dos grandes jornais e passaram às primeiras, manchetes diárias como nos antigos jornalecos de quinta categoria, servindo apenas para vender mais jornais, alimentando o sadomasoquismo reinante.

Sodoma e Gomorra é aqui, está sendo "revivida" diariamente nas telas dos televisores e cinemas, na literatura barata que entulha as prateleiras principais das livrarias, nas bancas de jornais ocupando um lugar de honra, ao alcance do transeunte, seja ele adulto ou criança, que passe por nossas calçadas. Está nas conversas dos nossos adolescentes, onde o melhor é ser o pior. Está na sexualidade imposta precocemente às nossas crianças, que imitam danças lascivas sob o aplauso dos parentes e falam de seus namorados com um ar de quem sabe o que diz, sob o riso cúmplice de pais que desconhecem o significado de sua missão.

Os grandes pintores de outrora já não precisariam gastar tinta para tentar representar numa tela as antigas Sodoma e Gomorra, bastaria se vivos fossem, colar a página de qualquer revista de carnaval e emoldurar. É a decadência dos costumes e da moral, que ao atingirem um determinado grau, anunciam historicamente, a queda de todas as grandes civilizações. E que grau, que medida é essa que derruba nações, destrói famílias, torna indigno o homem? Que corrosão é esta que nos faz sentir medo, vergonha, perplexidade? Para onde caminhamos, o que buscamos, o que esperamos encontrar no fim da estrada humana?

Jesus disse, Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. E Ele É. É Jesus que nos mostra a única saída possível, a via certa, a rota correta. Perdidos que estamos, neste mar infernal, ao sabor das tempestades, é Ele o único que pode através do Pai, acalmar os "elementos desgovernados" da natureza humana. Ao homem, basta seguir esta Luz, entrar em comunhão com ela, deixar-se conduzir suavemente, para águas calmas, cristalinas, beber da Água que provêm da Fonte da Vida, das águas criadas por Deus no princípio dos tempos, para servirem de refrigério ao homem na sua experiência terrena, para recordá-lo de que sua estada no Planeta Terra é transitória, apenas um átimo de segundo diante da vida eterna, promessa-herança e destino de todos nós.

E o que a humanidade está fazendo com esse " segundo único", doado por Deus, às suas tão amadas criaturas? Como estamos demonstrando nossa alegria e gratidão ao Pai, por termos a oportunidade de vivermos na Terra, pós-redenção por Cristo? Lembramos que somos privilegiados em relação aos nossos antepassados, por termos essa segunda chance, depois do desacerto de nossos primeiros pais? Está claro para nós, que a remissão de nossos pecados, criou uma nova oportunidade para vivermos no Éden? Percebemos que Deus destrancou a porta de acesso ao Jardim das Delícias, com a chave do Sangue de Seu Filho, porta esta que havia sido trancada quando da tentativa inútil do homem de ser Deus? Será que não somos capazes de aprender com o passado e ver que só pode ser Deus aquele que É? "Ego sun qui sun " .

Somos criados por Ele e devemos obedecer a seus Mandamentos, sob pena de sermos mais uma espécie extinta no universo. Os dinossauros já não habitam nosso planeta por força de cataclismos e nós, com terrorismos e guerras, quanto tempo ainda nos resta por aqui? Pelo andar da carruagem podemos inferir que o tempo é curto, que já não há mais tempo a perder.

Que isso não se transforme em motivo de desespero e sim ação. Ação positiva, geradora de mudanças que redimensionem o pensamento humano em direção à verdade, à percepção da realidade finita dos recursos naturais do planeta. Mudanças que levem à sabedoria no uso racional dos bens que recebemos por herança Divina. Conscientização de que a vida nos foi dada, não para ser clonada, mas para ser vivida. Vivida em plenitude e paz.

É preciso que despertemos dessa ilusão mórbida que a busca do poder nos traz. É preciso recordar, enquanto ainda dá tempo, que o único poder legítimo é o de Deus e é a Ele que devemos obediência e respeito. E pensar que esse mesmo Deus é Deus de Infinita Bondade, que basta seguirmos a via certa, Caminho sinalizado por seu Filho Jesus, para que mudemos o rumo da história do homem sobre o Planeta Terra. Para que possamos tomar em nossas mãos, o leme desse barco desgovernado e o conduzamos pela Via da Verdade, para águas rasas, puras e vivas. Desembarquemos pois em terra firme, subamos aos telhados e anunciemos com jubilo, Jesus.

Contamos para isso com um grande aliado, o Espírito Santo, Amor Vivo do Pai e do Filho. Peçamos pois Sua ajuda, que nos favoreça com a infusão de Seus Dons, que mantenha nosso olhar ancorado no ponto de intercessão das duas traves da cruz, horizontal – caminho dos homens, vertical Caminho para Deus. Ponto áureo, sinal Divino, mistério revelado, Jesus. É esta a chave que tão poucos parecem ter entendido, Jesus no centro da Cruz, o x no mapa vivo que Deus nos deu, ponto luminoso feito com o vermelho de Seu Sagrado Sangue, com a transparência da Água Sagrada que jorra do Lado Direito de Cristo. A Ele os humanos negaram um pouco de água, aos humanos, Ele a ofertou com a sua Paixão.

Ouçamos mais uma vez, com "ouvidos de ouvir":

" Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida" …"A paz esteja convosco! "

Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, 15 de março de 2004.
Elisabete S.C.Garcia

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