O segredo de Fátima mantém toda a sua seriedade perante a história

João Paulo II quis que o “terceiro segredo” de Fátima fosse revelado por ocasião da beatificação dos dois pastorinhos, Francisco e Jacinta, durante o Jubileu do Ano 2000, na passagem do segundo ao terceiro milénio. Concluía-se um século caracterizado por grandes tormentos, precisamente sobre os quais as visões de Fátima davam uma leitura espiritual ao mesmo tempo dramática e luminosa: tempo de guerras e de martírio, em que a Igreja e o próprio Papa participavam profundamente nos sofrimentos e na sede de salvação da humanidade inteira.

A crianças simples, numa localidade insignificante – como é característico dos grandes acontecimentos marianos – tinha sido confiada uma mensagem que, na sua simplicidade, continha uma força espiritual capaz de ultrapassar fronteiras e de ser transmitida através das mais graves perturbações da história da humanidade.

Agora, revelado o “segredo” porque se completaram os factos, que nos poderá dizer ainda a mensagem de Fátima? A concluir o seu comentário à publicação do texto do “segredo”, observava o então cardeal Ratzinger: “Acção de Deus, Senhor da história, e corresponsabilidade do homem, na sua dramática e fecunda liberdade, são os dois pilares sobre os quais se constrói a história da humanidade. A Virgem Maria que apareceu em Fátima recorda-nos estes valores esquecidos, este futuro do homem em Deujs, de que somos parte activa e responsável”.

Precisamos de olhos límpidos e inocentes para ler o caminho do novo milénio e compreender onde se encontram os seus riscos e as suas mais autênticas esperanças. A mensagem de Fátima mantém toda a sua seriedade perante a história. 

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