Como aliviar os sofrimentos?

Nestes dias os cristãos do mundo inteiro comemoram os sofrimentos de Jesus, seguidos pelo triunfo da ressurreição. Diante disto a humanidade pergunta angustiada: “Por quê infligir tantos sofrimentos a uma pessoa tão boa e benéfica? Por quê ainda hoje tantos sofrem injustamente?”

A resposta, já foi dada por S. Pedro: “Cristo sofreu por nós… Carregou os nossos pecados… para que vivêssemos na justiça”. Os seus sofrimentos são então uma expiação pelos pecados da humanidade e um apelo a “viver na justiça”, indicada pela lei de Deus. A Bíblia, do começo ao fim, exorta o homem a uma vida reta, segundo a ordem ética estabelecida por Deus e gravada na nossa consciência. É a justiça bíblica. Quem não vive segundo a consciência, mas segundo o capricho do momento, faz mal a si, tornado-se escravo de vícios degradantes, e causa infelicidade aos familiares, colegas, vizinhos, à sociedade inteira.

Aqui temos a causa maior dos sofrimentos humanos: “a vida desregrada”. Pensemos quantos sofrem por causa das drogas, bebedeiras, desordens sexuais, brigas, invejas, ciúmes, vinganças, roubos, malandragens, assaltos, injustiças, opressões…

. Pensemos quantas vidas estragadas pelo álcool: 15% dos Brasileiros têm este problema; são mais de 25 milhões! Tinham um emprego bom; o perderam e se reduziram a viver de biscates; tinham uma família, que cansada pela vida infernal que causavam, pediu a separação e foram morar sozinhos, talvez debaixo da ponte, na sujeira… Pensemos também ao número enorme de mães solteiras, com filhos passando necessidade, órfãos de pais sumidos. Quantas vezes são conseqüência do descontrole sexual!

Eu não tenho dúvida que a causa maior dos sofrimentos humanos é devida a vícios pessoais. Todos que seguem o capricho do momento, em lugar de escutar a voz da consciência, se fabricam a infelicidade; perdem a liberdade, a saúde, a dignidade.

Essa é também a causa maior dos males no mundo: o homem desregrado causando sofrimento ao homem. Pessoas viciadas, arrogantes, egoístas, desfrutadoras, prepotentes. A causa primeira dos males sociais e políticos não é o capitalismo, a insegurança, a guerra: essas são conseqüências da má conduta das pessoas que não vivem “na justiça”: na ordem ética estabelecida por Deus e lembrada pela consciência.

E o remédio primeiro, destinado a cortar pela raiz, todos estes males “artificiais” se chama: “Educação religiosa”. Se não partirmos deste ponto, construímos sobre a areia. Os males naturais, como as doenças, a fome, o desemprego, as desgraças, não são tão difíceis de serem contornados. Constituem desafios que a medicina, a solidariedade, a coragem ajudam a diminuir.

A educação religiosa ensina a bondade, a confiança, a solidariedade: com estas virtudes os males naturais da condição humana, até a morte, são enfrentados com serenidade e se tornam até fontes de grandeza de espírito e merecimentos diante de Deus. Padre Zezinho, no canto “Utopia” lembra a vida familiar da sua infância, e diz: “Os pais não tinham nem escola nem dinheiro; todo dia o ano inteiro trabalhavam sem parar. Faltava tudo, mas a gente não ligava; o importante não faltava: o seu sorriso, o seu olhar!” Era uma família pobre, mas feliz, porque vivia segundo a justiça natural, ensinada pelo Evangelho.

Lembrando nestes dias os sofrimentos de Jesus Cristo, causados pela maldade dos inimigos, pensemos quanto seria mais feliz a vida de cada um e da humanidade inteira, se todos fossemos educados a viver segundo a justiça da lei de Deus. Seria a alegria da ressurreição, tanto de cada pessoa, como das comunidades e do mundo inteiro.

Pe. Pio Milpacher
Congregação de Jesus Sacerdote
Osasco – SP

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